quinta-feira, 24 de julho de 2014

Perdida Mente

Perdida mente

Auto-estradas de despojos
O esplendor que olvidámos 
Privações da sublimação 
Contornos que privatizámos

A ponte sobre o Mondego
E o desnorte conjugal 
A igreja e a pedofilia
E o nosso perdão banal

Mal-amados pela saudade
Na genética da nostalgia
Que nos fere a liberdade
E nos assalta a cada dia

Uma estrada permanente
A que D.Sebastião nos condenou
Entra a bica e a telenovela
Bolsos que a maré esvaziou

A iletracia e o Rock in Rio
Numa modernidade falaciosa
O chumbo do amor sem rótulo
O desenrascanço e a litrosa

Mulheres de saia travada
Infidelidade condescendida
A intelectualidade hipotecada
Pelas filmagens da vida

O provincianismo sexual
A obsessão pelo alheio
A crença no ocasional
E os memorandos sem recheio

Num Portugal de nome gasto
Violado incessantemente
Onde o desgosto é irracional
E o povo ama perdidamente

By Darko

0 comentários:

Enviar um comentário