sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Where it all ends


I've learned love is a fragile thing

Too fragil to survive this life we deal with
It's cruel to feel alone when you see this jerks around
It's warm in this devastating absense of a sound

Where the hell are those so called friends when we need a hand?

Where the hell is your lovely family when you have no money at all
?Where the hell are your mentors to tell you you're still good when you fail
So I ask...what does love prevail?

I'll keep on walking until my feet bleed

It's no solution to pray every night
There's no tv show that can fix a broken heart
It's funny how you always end in the start

Where the hell are those so called friends when you want to cry?

Where the hell is your lovely family when you need to regret their existence?
Where the hell are your mentors to show you some other way to try?
So I ask...why does love always die?

Focus stupid boy

I don't wanna be a toy
in your troubled hands
You need to quickly find a way
or you'll always be meant to stay
where it all ends
where it all ends...

Nothing but lies

God knows I'm a fucking celebrity
I'm stupid as hell and I appear on your tv
I'm beautiful so you want to be the same
Does it really matter my name?

The girls in school want to have your boobs
Though they know it's a shame
It gets so overwhelming for those who beg

For an overdose of fame

Brains matter no more
Talent became something nobody cares for
I like it in your world
Where everything is sold for nothing...
Nothing but lies...

by Darko

Domingo

A luz do meu quarto deita-se em acobreado
Sobre a calma e o silêncio de um tempo mudado
Num pranto sem voz que me cala e consente
Um olhar de menino que se enrosca e mente

Num dia sem horas ou lugar para ir
Recordo as memórias e os mundos que estarão por vir
Tentando alcançar o que não é de ninguém
Amor, bate a porta ao destino e por favor vem

São ruas e pedras que contam de nós
Cadeias de medos num corpo veloz
Sentidas, sinceras e sem explicação
São todas as mágoas que encerro na mão

Entre corpos e espaços onde não estou eu
Segrego as vitórias de quem já morreu
Derrotas e quedas, ondas de humilhação
São essas as armas do meu coração

O quarto sem luz já parece mudado
Com raiva e receio de um corpo cansado
Que grita e contesta o que a dor sustente
Sou eu já mais velho, jamais inocente

Na noite em que é hora de me visitar
Eu esqueço que amanhã é dia de acordar
Tentaram roubar tudo o que já foi meu
Amor, vai-te embora, o destino cedeu...

by Darko

I stay

I might be boring but I'm not in the mood
I know I'm surely misunderstood
But I really don't care if I don't sound cool
I look to you and you're just a fool

It's friday, I know that's what they say
I'm having fun in my own way
You'll say I'm boring anyway

So I stay
I stay

I don't feel like talking too much
And tonight I don't want to feel your touch
The music's loud and I want silence
To taste It's sense of violence

It's friday, I know that's what they say
I'm having fun in my own way
You'll say I'm boring anyway
So I stay
I stay

by Darko

Encruzilhada

Desembaraço o tempo e o espaço
Onde me escondo do teu mundo
Sigo as setas, indirectas
Onde te percorro até ao fundo

Molho a testa e escorro o sangue
Esfrio os pés e corro mais
Corto os braços de quem me apanhe
Perco o norte e os seus sinais

Rasgo as noites que me embalam
Porque eu nunca quis dormir
Eu não compreendo o que vocês falam
Talvez eu não saiba ouvir

Choro a vida e os entes queridos
Sorrio sem jamais me permitir
Nos passados esquecidos
Que insistem sempre em me perseguir

Escondo os dedos entre os braços
Quero ter-te sem mentir
Bem-vindo aos meus pedaços
Que jamais soube ou quis repartir

Quero verde e amarelo
Deixa o preto para depois
Talvez seja excesso de zelo
O que eu sinto pelos dois

Gosto tanto de não gostar
Não há receitas para explicar
Porque é que eu fujo de mim
Sabendo ter sido sempre assim.

By Darko

Paradigma

Escrevem-me cartas sem sentido
Oiço vozes e deambulo perdido
Sublimado em ruas de cor duvidosa
Resguardo a sombra da alma, receosa

Não comando quem me fez
De vez em quando porque talvez
Ora calo, Ora grito
Tu não ouves,eu repito

Que me queres? Sei lá eu
Virgem de valores e o mundo é meu
Vindo de fora com sede de ficar
Anunciando, o que eu quero é o teu lugar

Se tens medo volta atrás
Uma memória nem sempre satisfaz
Os dias são longos e sem sentido
Noites frias de amor bem-vindo

Larga tudo e chega-te aqui
O meu lugar desenha-se perto de ti
Não te quero e recuo no depois
Só me faz sempre sentido nós os dois

by Darko

Drama Junkie

O mundo enlouqueceu
Ou foi Deus que esqueceu?
Porque estamos aqui 

Porque é que eu nasci?

Vejo rostos sem cor
Casas sem amor
A impossibilidade de comprar
Um momento para amar

Onde irei eu crescer
Sabendo valer a pena?
Tenho tanto por dizer
Mas não tenho contra-cena

Ouço passos sem destino
No silêncio dorme o sonho
Num impasse repentino
Sinto-me só mais um estranho

De que vale querer mais
Quando há tanto por fazer?
Somos todos intemporais
Num segundo por viver

Todos nós e os nossos restos
Do que outrora foi sincero
Nem os loucos manifestos
Me fazem ser quem eu quero

Então sigo pela estrada
No intuito de me perder
Sempre é melhor que nada
Também eu me vou esquecer...

by Darko

I can't keep you

I can't keep you

I'll be yours but you won't touch me
I'll sleep with you even though you're absent
I'll remember your name when It's your birthday
But I can't keep you anymore

I'll dance while I listen to your songs
I'll cry everytime I know you're down
I'll miss your sex each night I'm drunk

But I can't keep you anymore

So please just leave but don't close the door
'Cause I'll always want you more...


by Darko

Burn

Proponho acabar com o dinheiro. Acabar. De uma vez. Sem hesitar. Acabar. Matá-lo. A tiro, a fogo, à faca, ao lixo. Dizimá-lo. Hoje proponho substituir o dinheiro por poemas. E uma quadra valeria um quilo de arroz. Um soneto valeria uma refeição completa.E eu dava um verso e recebia uma garrafa de água, e tu davas-me uma metáfora e eu oferecia-te um litro de leite. E era tão mais simples.Acabar com o dinheiro. E substitui-lo por poemas. E osmais poderosos seriam os mais poetas! Portugal seria o que nunca deveria ter deixado de ser: um país de poetas.

Por Maria Jose Portugal Portugal

Fim

Debruça-te sobre o passado
Lamenta o que já perdeste
Colhe aquilo que é errado
Desfaz tudo o que fizeste

Deita-te aqui neste escuro
Pra escolher talvez outro final
Já nada aqui se afigura seguro
Tudo o que conhecemos é apenas afinal

Recorda todos os muros que erguemos
E as muralhas que reduzimos a pó
Persegue o fragmento em que esquecemos
Nós já não somos um só

Apaga o rasto da minha presença
Como se de um fantasma me tratasse
A vida desagua numa sentença
Num julgamento que te abraça e te contorce

São conceitos relativos
De nuestros amores imperfeitos
Guardados em no pó de arquivos
Cravejados de corpos insatisfeitos.


By Darko

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Casualidades proporcionadas por uma inversão de contexto

Hoje acordei estupidamente cedo para constatar que é domingo. Nunca fui apreciador de dias de transacção embora goste de ceder ao inesperado de me surpreender com a bênção de praticar o que é suposto ser correcto. José Manuel abriu os olhos e percebeu que poderia aproveitar o dia em que não ousamos contribuir de forma relevante para a nossa vida a praticar qualquer outra actividade que não lamentar os lapsos de memória consequentes da noite anterior. Demorei claramente menos que o habitual a obrigar o corpo em que Deus me aprisionou a abandonar o leito ao qual habitualmente me confino mais do que seria desejável.Decidi ceder aos caprichos do meu intolerável ego e arrastar-me até ao delicioso Mercado de Fusão do Martim Moniz de forma a degustar um maravilhoso sushi ao som de músicas do mundo enquanto o sol me acariciava a face de musculatura apática. É impressionante como uma embalagem nova tem o poder de renovar os consumidores de um produto. O Martim Moniz é agora um local de eleição, já que se encontra numa posição geograficamente conveniente e ainda me proporciona um consumo exacerbado e económico da minha mais recente adição. Não se desiludam, referia-me apenas ao bem sucedido poder de sedução que o peixe cru decidiu exercer sobre mim de forma avassaladora e indiscreta. Na praça, entoa-se uma viagem pelos mais diversos universos musicais ao mesmo tempo que nos é oferecida uma variedade qualitativa de gastronomias distintas. O cenário apresenta-se maquilhado e todos os seus figurantes se afiguram com uma aparência claramente distinta do anterior reflexo pouco subtil do universo da emigração ilegal, do tráfico de droga e da prostituição. A brisa está transfigurada, e trate-se ou não de um engodo inteligentemente concebido de forma a promover os novíssimos e horrorosos apartamentos que se encontram à venda no espaço em questão, eu tenho usufruído de forma estupidamente agradável e consumista do que nos é proposto pelas remodelações de frequência e oferta do anteriormente desfigurado Martim Moniz. Embora a curiosidade relativa à comida indiana, africana e vegetariana vá ocupando lugar de destaque no meu pensamento, eu acabo sempre por me sediar perto do Sushi Spot e do cantinho de petiscos lusos que o ladeiam. Acabei por petiscar umas gambas ao alhinho e um fresquíssimo Sushi to Sashimi. Acaba por ser irónico como um prato japonês, feito por portugueses, num território habitualmente povoado por emigrantes provindos dos mais exóticos locais do mundo, acaba por ser o mais característico e bem executado que alguma vez comi. E olhem que não foram poucos aqueles que já foram encarcerados pelas minhas papilas gustativas sedentas de anestesiar a sua mais recente e opressiva obsessão por tal iguaria. Foi com um apetite matinal desinteressado que usufrui compulsivamente de um momento de insubordinada banalidade e encantadora satisfação. Quando percebi, já os meus sentidos se hiperbolizavam de forma a alertar-me para o facto de eu estar consideravelmente mais acordado do que quando ali chegara. Era domingo, não passava demasiado do meio-dia e eu estava a viver no dito sentido da palavra como há demasiado tempo não fazia. Como se de um orgasmo se tratasse, acabei a minha refeição e percebi que nada mais do que voltar para casa me pareceria plausível. Tudo o que é bom, acaba porque assim deve ser. Esticar seria apenas correr o risco imbecil de manchar uma pintura sublime, proporcionada por uma contrariedade ao meu quotidiano desprezível. Levantei-me em plena contemplação e percebi que não me privaria de perpetuar o momento com um envolvente sumo de melão e lima. Foi com um tremendo semblante de missão cumprida que me coloquei a caminho de casa, preenchido de sentimentos leves e superficialmente deliciosos. Ao longo desse percurso, sou inesperadamente assaltado(não por um transeunte) pela dúvida pioneira de investigar o renascido Intendente, de forma a constatar se o êxito das mais recentes reestruturações também se lhe aplicava. Deparo-me com um pavimento imaculado e luminoso, num largo decorado por uma apelativa fonte e uma série de personagens sorridentes que dançavam ao som de música resultante da década de 50.Percebo que estou na presença de uma novíssima residência artística, o que rapidamente justificou o ambiente cultural que ali, inesperadamente, se vivia. Pouco depois, sou invadido por uma majestosa fachada de azulejos cuidadosamente pintados e uma esplanada de aspecto humilde se inundava de jovens estrangeiros e pessoas de semblante instruído. Tal equilíbrio podia requerer, de forma tendenciosa, a presença de duas forças policiais, e é com espanto que percebo que também a autoridade pode ser bafejada com um imbecil e honesto sorriso de satisfação. Foi nesse preciso momento que o destino resolveu contrariar tão absurda tendência e colocar na minha paisagem um casal claramente esculpido por uma vida errante e marginal. O homem trazia consigo uma cara desfigurada e uma dentição incompleta, enquanto a jovem de magreza incalculável(porque,mesmo não sendo uma "gordinha", certamente arrotava alto, praguejava e urinava na em qualquer sítio) apresentava um ar debilitado e um dos braços amputados. Percebia-se que eram um reflexo do que nos era incutido ser o Intendente. As mãos e as vestes manchadas, enquanto a pele e o olhar revelavam o consumo de substâncias corrosivas. Percebi que me era provado que todas as mudanças são graduais ou que nada realmente muda. Perdido nas minhas constatações, dou conta que se avizinha o momento em que me cruzarei com o casal de aspecto contrastante com todo o início do meu deslumbrante domingo. De ar insatisfeito e trejeitos bruscos, o individuo que pelo braço que sobrava arrastava a sua acompanhante, resolve deixar escapar por entre os dentes que lhe sobravam em tom de protesto: "Isto é uma vergonha!O que isto era e o que isto é!"


Não consegui deixar de me rir de forma compulsiva quando percebi que o abismo que separa as perspectivas do mundo em relação a determinado assunto pode ter tamanha dimensão, tornando-se claro que para que uns ganhem, outro alguém tem que perder. Um dos agentes não se escusou a manifestar a sua compreensão do motivo que me fazia sorrir e também ele soltou uma gargalhada. Por esta altura, já não sabia se preferia o sushi ou a memória daquele desabafo por parte do pobre desgraçado que ali pretendia afogar os desaires da sua vida.
Afinal, não é só de pequenos prazeres que ela é feita!

By Darko