Sento-me, olho em redor e inspiro...
As cores das paredes absorvem os recantos dos meus ideais a uma velocidade que eu podia vomitar tudo sem ordem concreta. O espaço e o tempo abraçam-me com demasiada força e eu continuo a correr para aquela meta que coloquei nem sei bem onde... Os vossos olhares vêm aguçados e as vossas palavras embrulham pequenas imagens de aspecto caloroso e intenções cruéis. Eu continuo a correr cada vez mais e as pernas sagram-me ódio e amor misturados como se assim lhes fosse permitido. Desconheço cada vez mais a razão das horas mas agarro-as junto ao peito para que possam ter algum sentido na hora de terminarem, mesmo sabendo que no meu peito não há ritmo definido nem força contada. Seguidamente acelero a minha corrida e percebo que só deste meu suor dependo e de todas as ondas de desespero que me atropelam os pés desnorteados. Querer mais faz parte deste meu percurso e mesmo que cada degrau se desmorone para o lado inverso ao seu destino eu voltarei sempre a correr para mudar cada segundo de engano no desígnio de quem construiu tudo isto. Ser humano não sei bem o que é..mas ser eu é certamente um fardo que aceitarei em consciência e uma missão que procurarei sempre honrar.
By Darko
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