sábado, 18 de janeiro de 2014

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No dia em que decidi abandonar os membros moribundos no limiar da esquizofrenia, conheci a essência da minha composição e equacionei-me com um realismo plausível. Foi a partir dessa complexa resolução que me decifrei os contornos de alma virgem e previsível. Desfio o relógio para que me invada os recantos em consciência e me sublime os instintos outrora indomáveis. Deslindo-me as feições de contornos austeros e olhos permeáveis. Globos sedentos de informação, sem filtro e sem qualquer selecção. Destravo-me com pouca parcimónia e facilmente me escudo de qualquer cerimónia. É através desse conhecimento profundo do superficial que me permito escolher o que guardarei como sendo para sempre e até amanhã o meu conteúdo essencial. Nem sempre as triagens são feitas por agentes competentes, muitas vezes originando tesouros espaçosos que me recuso a apelidar de incidentes. Obrigo-me a ignorar factores filosóficos para que me mantenha obsessivamente em busca de um concreto que sei sempre partir da minha enfatização crónica de uma vida que gosto de consumir sem temores. Instigo-me a manter o pelo na venta e a crer nos embelezamentos que nascem na minha mente, essa que rebusca o incerto na ânsia da institucionalização icónica do acto de nutrir os nossos amores.

Parte do que confesso são esboços do recomeço.
Parte de mim é não me rever no fim.

by Darko

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