A minha veia psiquiátrica masoquista
E o meu paternalismo exacerbado
A minha ânsia de um mundo que não se conquista
E a minha incompreensão por não te ter do meu lado
A minha incredulidade perante os imprevistos do tempo
A minha resiliência perante os muros dos quais te rodeaste
A minha cidade que nos afasta a cada momento
A minha insistência distante através dos esturros de amor que me cozinhaste
Lembra-te das palavras que outrora me dedicaste
E do olhar orgulhoso com que me vias entoar-te
Os buracos que escavas na aurora de um desastre
O sentimento furioso com que me induzias a abraçar-te
O meu medo da tua liberdade que me engole
A incógnita que a distância e tu nos cederam gentilmente
O segredo que na tua idade se escapa e explode
A majestosa glória de uma arrogância que se escondeu nos teus olhos que cresceram tristemente
O suicídio dos meus tesouros dos quais sempre ousei rodear-me
As cantigas dos pássaros que nos voam em paralelo sem que façam parte da equação
Um vídeo dos tantos louros com os quais me deleitei a alimentar-te
As intrigas dos fados que nos roubam o zelo sem que percamos a sensação
Lembro-me das palavras que outrora te enderecei
A dormência que tu e o acaso me tatuaram
O rasto que fica nas milhas que por ti trilhei
A sentença de um sonho crú que os teus fantasmas desenharam
Saudade é uma palavra portuguesa e um sentimento extraterrestre
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