A espera e a dúvida são parasitas que me têm corroído frequentemente. A ingenuidade piedosa de nos querermos agarrar ao que desejamos que seja a verdade, a esperança triste de que nos becos da nossa impotência haverá uma saída que por nós poderá ser posta em construção, o medo agonizante de que o que demonstras mas desejo saber não quereres ser de facto a tua realidade, as horas que despidas me apertam de uma maneira tão diferente do teu abraço. Os meus neuróneos degladiam-se para justificar as tuas atitudes enquanto eu apelo à experiência que te possas enquadrar nos padrões dos meus conhecimentos. A questão é que tu és especial e eu sempre acreditei ser tão ou mais especial que tu, no entanto, de repente sinto-me um verme nos teus sapatos, com esperança de que por mim sintas alguma compaixão. Compaixão o caralho. Eu sei e quero ter a certeza que o que vivemos foi o amor que eu te tenho. Mesmo que a descoberta seja tardia temos que ser exagerados, ridículos e loucos. Temos que traçar um plano e acreditar no seu sucesso, porque embora possamos levar o maior barrete das nossas vidas, podemos também entreter-nos a descobrir a nossa mais recente capacidade de alargar o nosso amor a novas dimensões. Sabemos também que isto vai brigar com o nosso ego, a nossa auto-estima, a nossa sobranceria e o nosso apreço pelo controlo de tudo, mas de que serve sermos quem queremos se não temos quem achamos digno de merecer essa partilha? Perdemo-nos por entre a estrada do desânimo contagioso e dançamos em círculos até sei lá quando, ou arregassamos as mangas, cheios de freio e até com alguma vergonha, e fazemos tudo aquilo que um dia gostaríamos que fizessem por nós.
sábado, 11 de outubro de 2014
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